sexta-feira, 28 de junho de 2013

9 de julho de 1932

O NOVE DE JULHO DE 1932
                            Por João Paulo Martino
Nove de julho é a data inicial da parte militar da revolução paulista, quando as forças constitucionalistas, comandadas por Euclides de Figueiredo se rebelaram contra a ditadura de Vargas.
O descontentamento dos paulistas com o governo Vargas vinha se agravando dia a dia. A revolução tornava-se inevitável. Os líderes da política paulista se reuniram então na casa do pedeísta Cesário Coimbra, decidindo marcar o início da Revolução para o dia 20 de julho, dependendo de um último aviso.
No entanto, um fato inesperado antecipou a revolução para o dia 9 de julho, na manhã do dia 8 de julho o novo ministro da guerra reformou o comandante militar de Mato Grosso Bertholdo Klinger.  Foi o estopim para o início da Revolução Constitucionalista.
Neste mesmo dia, improvisou-se uma reunião na capital paulista, decretando-se a antecipação da guerra para o dia 9.
A cidade transformou-se, passava da vida pacata para a mobilização militar. Todos procuravam se informar rapidamente dos últimos acontecimentos, quer através do rádio, quer através dos jornais.
Rapidamente organizaram-se serviços de apoio ao soldado, destacando-se as oficinas de costura (onde voluntárias confeccionavam os uniformes militares), cozinheiras que preparavam lanches para alimentar o soldado nas trincheiras, etc.
A indústria também se mobilizou e auxiliada pela Escola de Engenharia, tentou suprir as deficiências bélicas de São Paulo perante o resto da federação. Dentre as organizações que lutaram em prol da causa paulista, não poderíamos deixar de citar a organização paramilitar conhecida como MMDC.
Das campanhas de arrecadação de fundos para a causa paulista, destacou-se a CAMPANHA DO OURO PARA O BEM DE SÃO PAULO, que atingiria no final da guerra o número de 80.000 doações no valor de 4.500$000.
A guerra duraria 3 meses, onde os paulistas, vendo-se militarmente inferiorizados e politicamente isolados, acabaram por pedir rendição nos primeiros dias de outubro de 1932.
Vargas nomearia então um novo interventor e no ano de 1934 a Constituição seria elaborada.
São Paulo jamais esqueceu aqueles dias tumultuados de 1932, a cada nove de julho, o tradicional desfile convoca os velhos revolucionários para a parada solene. 81 anos lá se vão.

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